domingo, 7 de outubro de 2012

Devagar, meu amor, se for preciso

















Se for preciso, irei buscar um sol

para falar de nós:
ao ponto mais longínquo
do verso mais remoto que te fiz

Devagar, meu amor, se for preciso,

cobrirei este chão
de estrelas mais brilhantes
que a mais constelação,
para que as mãos depois sejam tão
brandas
como as desta tarde

Na memória mais funda guardarei

em pequenas gavetas
palavras e olhares, se for preciso:
tão minúsculos centros 
de cheiros e sabores


Só não trarei o resto

da ternura em resto esta tarde,
que nem nos foi preciso:
no fundo do amor, tenho-a comigo.
quando a quiseres-




Ana Luísa Amaral










Sem comentários:

Enviar um comentário